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MULHERES
Endometriose, aprenda a superar a doença

Data da notícia: 2014-11-17 16:08:28
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Uma em cada dez brasileiras sofre de cólicas fortíssimas e tem dificuldade para ter relações ou engravidar. Mais da metade delas não sabe, mas sofre de endometriose, o mal do século entre as mulheres que optaram por ter filhos depois dos 30. A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e o tratamento correto, é possível superar a doença.

Foram décadas de luta para termos o direito de retardar a maternidade, investir na carreira e escolher com quem, como (e se) queremos casar. Demorou, mas a sociedade parece ter entendido ? só que a natureza não. Nada menos que seis milhões de brasileiras têm endometriose, a chamada ?doença da mulher moderna?, pois acomete principalmente mulheres por volta dos 30 anos, que ainda não têm filhos, trabalham muito e vivem em grandes centros urbanos. O mais assustador é que ela é, hoje, a principal causa da infertilidade feminina.

Todos os meses, por influência dos hormônios do ciclo menstrual, o endométrio (a camada interna do útero) fica mais vascularizado e aumenta de tamanho para esperar uma possível gravidez. Se ela não acontece, o endométrio descama e é eliminado em forma de menstruação. A enfermidade acontece quando algumas células do endométrio, em vez de ser eliminadas, sobem pelas trompas e se alojam em órgãos da cavidade abdominal. Com o tempo, os locais onde as células ?grudaram? se inflamam e viram nódulos, que causam dor. Em geral, eles aderem aos ovários, mas podem atingir também o útero por fora, as trompas, o intestino, a bexiga e, em casos graves, os rins e até o pulmão.

SINTOMAS - Os principais sintomas são cólicas fortes e incapacitantes, desconforto intestinal e dor durante o sexo. A doença interfere na fertilidade porque pode impedir a mobilidade das trompas, responsáveis pelo transporte do óvulo ao útero. Se não for tratada, a mulher pode perder os ovários, as trompas, o útero e partes da bexiga e do intestino. Se chegar ao pulmão e aos rins, o risco de morte é enorme. Uma das principais causas da endometriose é que, hoje, as mulheres engravidam mais tarde e têm menos filhos, portanto, menstruam mais. Assim, há mais endométrio preenchendo a cavidade abdominal. Estudos recentes apontam para alterações no sistema imunológico, o que também explica a maior incidência em relação a duas gerações atrás. O estresse também é um elemento no desenvolvimento da doença, já que promove picos de adrenalina, substância associada à liberação de estrógeno, hormônio feminino que alimenta as células do endométrio fazendo com que cresçam mais rapidamente.

FALTA DE CONHECIMENTO - Apesar de atingir mais de 170 milhões de mulheres no mundo, a endometriose é desconhecida por mais de metade das brasileiras. Uma pesquisa feita no ano passado pela SBE (Sociedade Brasileira de Endometriose) mostrou que 53% delas nunca ouviram falar na doença. A falta de informação sobre o problema e seus sintomas turbina a curva ascendente do número de casos, mas a culpa pela demora do diagnóstico não é só das mulheres. O desconhecimento do quadro se dá também entre os médicos. Para a especialista em TI Fabiana Cayres Rodrigues, de 33 anos, o diagnóstico demorou mais de dez anos.Desde os 20 ela sofria com cólicas tão fortes que a faziam desmaiar e ir parar no pronto-socorro, mas só aos 31 soube o motivo. ?Meu marido dizia para os médicos: não é normal uma mulher sentir tanta dor todo mês?, lembra.

DESCOBRINDO A DOENÇA - Quando descobriu a endometriose, Fabiana foi do céu ao inferno. Até ali, vivia uma história de conto de fadas. Depois de se apaixonar pelo marido em 2011, foi pedida em casamento no topo do Terraço Itália com direito a noivo de joelhos. Disseram o ?sim? e passaram uma lua de mel de um mês em Paris. O capítulo seguinte do romance já estava planejado: teriam o primeiro filho. Aí veio a bomba: as dores incapacitantes eram resultado de uma endometriose profunda, instalada no intestino, na bexiga, no apêndice, nos ureteres (quase chegando aos rins), nos dois ovários e atrás do útero. ?Meu caso já estava tão grave que nem se considerou um tratamento, tive que ir direto para a cirurgia?, afirma.

Na maioria dos casos, a endometriose pode ser operada por laparoscopia, uma cirurgia pouco invasiva que permite o acesso ao interior da pelve por meio de uma microcâmera, de bisturis estreitos e uma cânula de sucção, todos inseridos por pequenos ?furinhos?. Em casos mais graves como o de Fabiana, no entanto, é necessária uma cirurgia de grande porte. ?Além dos furos da laparoscopia, tenho uma cicatriz enorme, como a de cesárea. Minha recuperação foi muito delicada, fiquei 13 dias internada, com dores fortíssimas?. Ela precisou retirar parte do intestino e da bexiga.

VITÓRIA - Até conseguir engravidar, Fabiana fez quatro fertilizações, uma inseminação, e enfrentou dois abortos. ?Da primeira vez que deu certo, ficamos tão felizes que contamos para todo mundo?, lembra. Mas, duas semanas depois, perdeu o bebê. Da segunda vez, o aborto aconteceu no Dia das Mães. ?Foi um dos dias mais tristes da minha vida?, conta. Mas a alegria estava próxima: na fertilização seguinte, dois embriões se desenvolveram. ?Ao contrário de muitas mulheres na mesma situação que eu, me mantive otimista: nunca considerei que não pudesse ter meu filho?, diz. ?Claro que enfrentei períodos muito difíceis, mas sempre pensei: vou dar um jeito e conseguir ter meu bebê. E agora são dois, a Mariana e o Gabriel. Com informações da Revista Marie Claire

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